sexta-feira, abril 06, 2012

Os Rolling Stones
segundo Luís Pinheiro de Almeida


Em mês dedicado a memórias dos Rolling Stones pedimos a alguns amigos pequenos textos sobre o seu disco preferido desta banda que em 2012 celebra os 50 anos sobre a sua formação. Hoje é a vez de Luís Pinheiro de Almeida, jornalista e autor (juntamente com Teresa Lage) do livro Beatles em Portugal, nos apresentar a sua escolha. E escolheu três singles...

Os Rolling Stones são uma das minhas bandas de topo, mas, ao contrário de outras, não têm sabido envelhecer, o que não é grave. Grave é que muitas das suas canções não resistiram ao tempo.

Como quer que seja, o espólio dos Stones é suficientemente amplo e rico para hoje, 48 anos depois do seu primeiro disco, andarmos todos a escolher, com dificuldade, mas afã, a canção “mais perfeita” ou o álbum “mais cool”.

Confesso que ainda vasculhei a discoteca à procura de um LP, mas cedo cheguei à conclusão de que o que mais gosto nos Stones são as canções, não tanto os álbuns. Podia espreitar o Out Of Our Heads (1965) ou o Aftermath (1966) ou o Sticky Fingers (1971), mas acabei por optar pelos singles.

Não sendo crítico musical, mas apenas fã de música, prefiro valorizar a canção que me emocione, que se enamore dos meus afectos, como agora se diz.

Nos bailes de garagem dos anos 60, o yé-yé servia para desopilar, para arejar, para quebrar o gelo, mas o que todos ansiavam era mesmo o slow.

Depois de um fantástico Satisfaction, com os passinhos para a esquerda e os passinhos para a direita, ou de um Get Off Of My Cloud, onde se fingia jogar basquetebol, o bom mesmo era o Play With Fire para sussurrar à namorada: “encosta-te a mim!”.