Mark Lanegan Band
“Blues Funeral”
4AD Records
2 / 5
Mark Lanegan não teve muito tempo para férias nos últimos anos. Apesar de datar de há já oito anos o anterior disco da Mark Lanegan Band, a voz que muitos conhecerão do seu trabalho regular nos Queens Of The Stone Age dedicou nos últimos tempos muito do seu tempo em projetos ao lado de Isobel Campbell (ex-Belle & Sebastian), nos Gutter Twins, Twilight Singers, Unkle ou Soulsavers. Blues Funeral marca o regresso da sua banda – onde chama além de Alan Johannes e de Jack Irons outras colaborações, entre as quais as de Greg Dulli e Joshua Homme – num alinhamento que toma os blues mais como herança mais enquanto universo temático (até mesmo na evocação que se adivinha em Bleeding Muddy Water) que matéria prima central à construção das novas canções. O alinhamento, de 12 temas, não se afasta muito de uma certa zona de conforto para a banda, até mesmo quando visitam outras genéticas nos cenários mais electrónicos que escutamos em Ode To Sad Disco. Tecnicamente competente, o elenco convocado serve acima de tudo uma voz que se revela o elemento protagonista. Alguns dos textos críticos mais desapaixonados apontam uma escrita menos inspirada, com até alguns lugares comuns. Na essência Blues Funeral não mostra senão um saber (que o tempo moldou e a experiência sustentou) na arte de pensar caminhos da música para guitarras sob genéticas dos blues, com afinidades com correntes alternativas mas clara capacidade em chegar a públicos mais vastos. Nada contra, sublinhe-se. Mas na verdade não parece haver nada de novo ou verdadeiramente apaixonante por aqui...