Graham Coxon
“A + E”
Parlophone / EMI Music
3 / 5
“A + E”
Parlophone / EMI Music
3 / 5
Não podemos reduzir a vivência exterior aos Blur dos quatro músicos aos (muitos) feitos de Damon Albarn (por muito que morem num patamar de excelência discos como os dois primeiros que gravou pelos Gorillaz ou o álbum do coletivo The Good, The Bad and The Queen). Guitarrista, Graham Coxon chegou a abandonar o grupo, regressando para os reencontros em palco e ocasionais gravações dos últimos anos. Ora esses reencontros aconteceram precisamente depois de ter editado The Spinning Top, o seu anterior álbum a solo (que data já de 2009). Quase quatro anos depois, os caminhos de recorte mais alinhado com heranças folk que ali visitava cedem palco a uma reunião do guitarrista com a alma elétrica primordial que recorda não apenas de primeiros discos a solo como de memórias vividas a bordo dos Blur. Há em muitas das canções de A+E uma presença de guitarras de linhas angulosas e formas abrasivas, recuperando – como se escuta em Advice ou Running For Your Heart – a alma mais próxima de surtos de intensidade de um fulgor punk que podemos recordar de um Popscene, igualmente animados por uma demanda por um certo melodismo pop (porém, convenhamos, sem os mesmos resultados finais). Mais interessante num alinhamento na verdade não muito dado a grandes fugas ao clima que o domina, são os recursos a electrónicas (simples, baratas e coloridas) que fazem de momentos como What’ll It Take ou The Truth os instantes onde se sente um músico em desafio a si mesmo, alcançando claramente aqui os melhores momentos de um álbum que, como grande parte da sua obra a solo, parece viver algo à sombra dos feitos maiores, mais versáteis e desafiantes, de Damon Albarn.