sexta-feira, abril 13, 2012
Entre o cinema italiano...
Depois de uma festa de abertura ontem à noite, começa hoje a edição 2012 da Festa do Cinema Italiano. O filme de abertura é This Must Be The Place (passa às 21.30 no Cinema Monumental), de Paolo Sorrentino, que dentro de dias terá estreia comercial entre nós. Esta edição, como podemos ler no seu site oficial, reflete sobre o que, no cinema, podemos associar neste momento ao país cuja produção está em foco: “País de recentíssima formação política, mas com uma longa e rica história cultural comum, a Itália de hoje que olha para dentro de si mesma não pode fazê-lo senão dentro e através dos olhos do outro, do hóspede, do viandante, do exilado, do invasor amado e odiado que todos os dias lhe bate à porta, colocando a perante uma necessária questão moral”.
Filmes como Terraferma, de Emanuele Crialese “que descreve a Sicília migrante tornada hoje terra de acolhimento”, Il villaggio di cartone de Ermanno Olmi, “onde o espaço físico e espiritual da igreja católica é invadido por novas realidades humanas que chegam de longe”, Là-bas , de Guido Lombardi, que “leva ao ecrã a Itália do Sul tal como é vista pela comunidade africana que há anos ali reside”, ou Il Primo Uomo, de Gianni Amelio, que “retrata o regresso à Argélia de um pied-noir à procura da memória do pai e de si mesmo”, adaptando um texto de Camus, são algumas das propostas em agenda.
A 5ª Festa do Cinema Italiano está até dia 19 em Lisboa, passando depois pelo Funchal, Coimbra, Guimarães e Porto.
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... e o cinema documental
Também hoje começa o Panorama, 6ª Mostra do Documentário Português. Quem vê e como são vistos os filmes que fazemos é ideia central à programação a apresentar até dia 21 entre o Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa. Tal como define a organização, esta edição aponta objetivos a uma série de reflexões: “Como se vê um filme, e em que medida a escala da recepção é pensada enquanto este se faz? Quem faz um documentário imagina como é que ele vai ser visto? Numa sala de cinema? Num computador? Na televisão? Por um grupo restrito que aparece em apresentações pontuais? E pelo país será possível fazer ver o filme em diferentes locais? E quanto à capacidade de internacionalização de um filme português, fora dos circuitos dos festivais?”, questiona-se no site oficial do Panorama.
O programa deste ano procura, por isso, uma discussão sobre o espaço do cinema documental entre nós, da distribuição e do estado actual da programação de documentário português em sala, sem esquecer a televisão e ainda os novos circuitos alternativos que passam pela Internet. A sessão de abertura, às 21.00 no Cinema São Jorge, propõe três filmes mudos, com nova banda sonora interpretada ao vivo por Noiserv. Em sequência serão apresentados Nazaré, Praia de Pescadores, de Leitão de Barros (1929) (na imagem), Alfama, a Velha Lisboa, de João Almeida e Sá (1930) e Douro, Faina Fluvial, de Manoel de Oliveira (1931).
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