sexta-feira, março 30, 2012
O grande retrato de uma pequena ilha
Esta semana chegou às salas o documentário É Na Terra Não É Na Lua, de Gonçalo Tocha, que em 2011 se tornou no primeiro filme português a vencer o DocLisboa. “Estamos no espaço mais ocidental do território português e na mais distante (face ao continente) das ilhas dos Açores. São seis quilómetros e meio de comprimento por quatro de largura. 430 habitantes (em números já deste ano)” escrevi aqui por alturas da passagem do filme no DocLisboa.
Descrevi então este como um “olhar lento e longo. Com o ritmo e o tempo que as coisas certamente ali conhecem, um pouco longe de tudo. Atento aos espaços, às gentes, às palavras, aos olhares. Curioso na vontade de saber, familiar na forma de mostrar. Gonçalo e o técnico de som que o acompanhou chegaram ali como estranhos em terra estranha. Com o tempo sentiram-se a deixar de ser forasteiros. E o que a câmara nos mostra deixa claro que, aos poucos, o filme conseguiu encontrar um olhar conhecedor, vivido no local e tranquilo no dialogar com as suas gentes”. O filme de Gonçalo Tocha mostra, “pelo prisma pessoal de quem soube encontrar cumplicidades, um retrato terno, mas sóbrio, de uma ilha pequena cheia de histórias e memórias, mas também de vidas e factos do presente que, muitas vezes, mal se fazem escutar para lá do pequeno cais que as vagas constantemente sovam”.
Podem reler aqui o texto completo e também uma entrevista com o realizador.