Breves impressões de uma noite no CCB, em plena Primavera Tour, dos The Gift. Este texto é uma versão editada de um outro publicado na edição de 19 de fevereiro do DN.
Em tempo de Inverno, um concerto dividido entre uma Primavera essencialmente feita de canções dominadas pela presença de um piano e, na segunda parte, o viço colorido que tem no álbum de 2011 Explode um claro protagonista (aceitando em bom momento uma breve viagem a outros tempos ao recordar Driving You Slow). E deste dois em um vive o concerto da presente digressão dos The Gift, antes de uma pausa de alguns meses para retomar a estrada (e compromissos internacionais) lá mais para a frente. O concerto revela um jogo de contrastes, aprofundando em dois ciclos distintos de canções uma ideia que pode ter raiz no que em tempos nos mostraram no díptico AM/FM. Em duas noites de casa cheia o CCB (em Lisboa) escutou uma banda segura que deixa claros os quilómetros de estrada que transporta. Canções, com algumas histórias contadas pelo meio (o registo dos diálogos Sónia/Nuno ganha já o seu espaço no quadro do alinhamento), a cenografia ao seu redor acentuando ora a melancolia que atravessa a primeira parte ora o festim cromático que se revela na segunda (que dá fôlego às canções de um álbum que vale a pena escutar em palco). Plateia satisfeita e longas filas para autógrafos no final.