Philip Glass
"The Essential Philip Glass"
Sony Classical
4 / 5
Philip Glass editou alguns títulos de absoluta referência na etapa em que esteve associado à CBS Records, entre finais de 70 e a reta final dos anos 80. O primeiro lançamento pela CBS Classics foi a gravação de Einstein on The Beach, uma caixa de quatro LPs em vinil que em 1979 havia conhecido primeiro lançamento via Tomato Records. O sucesso desta sua primeira gravação da ópera abriu espaço a uma nova série de desafios que passaram pela criação de uma série de pequenas peças expressamente pensadas para o formato de um LP (e assim nasceu Glassworks em 1982) ou um ciclo de canções que contou com colaborações de figuras da música popular como Paul Simon, David Byrne, Suzanne Vega, Linda Rondstat ou Laurie Anderson (editado em 1986 com o título Songs From Liquid Days). Apesar de ter lançado discos por outras editoras neste mesmo período (a música de Mishima enceta o seu relacionamento com a Nonesuch, a banda sonora de Koyaanisqatsi sai pela Antilles e a gravação integral de Music in 12 Parts pela Virgin), Philip Glass apresentou através da CBS Classics alguns dos seus mais marcantes discos dos anos 80, alguns hoje tidos como clássicos centrais da sua obra. The Photographer (1983), Dance Pieces (1987) e Solo Piano (1989) são exemplos maiores de um período de afirmação global da obra do compositor que assistiu ainda à conclusão do registo da trilogia das óperas-retrato com as edições de Satyagraha (em 1985) e Akhnaten (1987). É este baú de importantes memórias que serve de base à antologia The Essential Philip Glass que agora surge num formato “extended” com um terceiro disco (que na verdade não é mais senão a compilação Songs From The Trilogy, com excertos das gravações das três óperas-retrato). A etapa de gravações que correspondem a um intervalo entre 1979 e 89 junta-se ainda a presença de elementos de Naqoyqatsi, a banda sonora do filme que completou a trilogia “qatsi” que Glass desenvolveu juntamente com o realizador Godfrey Reggio. Fica de fora muita da música orquestral (que tomou maior protagonismo na obra de Glass a partir dos anos 90) assim como não está representada a etapa de formação da sua linguagem (e que corresponde ao período minimalista da sua composição). Mesmo assim, aqui mora um cartão de visita para iniciados. Pena a ausência de qualquer texto que conte o quem, o onde, o quando e o porquê da história que aqui se escuta...