Uma das vozes da primeira geração pop/rock made in Portugal morreu ontem, aos 67 anos. Sérgio Borges foi o vocalista do Conjunto Académico João Paulo, de origem madeirense, um dos nomes centrais de uma mesma geração à qual pertenceram nomes como os Sheiks, Ekos e outros nomes e bandas que deram primeiras formas a uma ideia pop/rock em Portugal na primeira metade e em meados da década de 60. Editaram uma série de EPs, somaram alguns êxitos e tornaram-se num dos rostos do yé yé português. Foram inclusivamente os autores do primeiro álbum ao vivo do pop/rock português, gravado no Monumental (Lisboa) em 1966.
É nesse mesmo ano que, a solo, Sérgio Borges fica classificado em 2º lugar no Festival da Canção, concurso a que regressa em 1970, onde interpreta Onde Vais Rio Que Eu Canto, que termina a noite em 1º lugar. O músico é contudo vítima de um boicote da RTP (e outras estações internacionais) ao Festival da Eurovisão desse ano, criticando o sistema de votação vigente, pelo que a vitória de Sérgio Borges fica apenas para consumo interno.
A partir dos anos 70 o grupo passa a apresentar-se como Sérgio Borges & Conjunto João Paulo, gravando mais discos, mas sem a mesma projecção. A solo manterá a carreira, voltando a participar no Festival RTP em 1986.
Aqui recordamos capas de alguns momentos marcantes da sua discografia, do EP de estreia do Conjunto Académico João Paulo, em 1964 ao single com a canção que venceu o Festival da Canção de 1970, passando, pelo meio, pelo histórico registo ao vivo no Monumental, em 1966.