quinta-feira, dezembro 29, 2011

Os melhores discos de 2011
por João Moço


Em tempo de revisão do que aconteceu ao logo de 2011 hoje escutamos o melhor do ano segundo  João Moço, jornalista do DN. Um obrigado ao João pela colaboração.

2011 foi o ano de Peter Evans. Trompetista verdadeiramente genial, não só pelos dois discos que se encontram neste top 10, mas por outros também editados este ano como The Coimbra Concert (a bordo dos Mostly Other People Do the Killing) ou Electric Fruit (ao lado de Weasel Walter e Mary Halverson). Há muito que não ouvia um músico tão consciente da tradição jazz e, ao mesmo tempo, tão capaz de criar um possível caminho futuro, revigorante, inovador e indubitavelmente pessoal. E, claro, houve Beyoncé, a cantar melhor que nunca, a não se vergar a produções over the top vazias de conteúdo à la David Guetta (e o mal que este senhor já fez ao mundo pop dava uma tese). Foi assombroso ver Kanye West no Sudoeste e Peter Brötzmann no Jazz em Agosto (chegar aos 70 anos com aquela energia é para quem pode, não para quem quer). Além dos discos acima referidos, tenho que destacar como 2011 foi um ano de ouro para o r&b. As mixtapes de Jhené Aiko, Trey Songz, Nikkiya, Teedra Moses ou Diddy Dirty Love são, cada uma da sua maneira muito particular, provas da vitalidade do r&b, que não precisa de falsos esquemas para revelar as suas qualidades (como toda a histeria à volta do fenómeno The Weeknd). Na música portuguesa Sei Miguel e Pedro Gomes deram-nos uma obra inigualável e muito além de formatações rígidas - Turbina Anthem -, mas há que destacar também os discos de Joana Sá, B Fachada, Buraka Som Sistema, RED Trio, Aquaparque ou Tiago Sousa. E Os Passos em Volta. Eu, que raramente acredito no indie rock, tenho fé na música e na atitude despretensiosa destes miúdos. Porque com o que aí vem em 2012, precisamos todos de não nos levarmos assim tão a sério.

Discos do Ano Internacionais: 
1. Peter Evans Quintet – Ghosts
2. Beyoncé – 4
3. Peter Evans & Nate Wooley – High Society
4. Panda Bear – Tomboy
5. James Blake – James Blake
6. John Maus – We Must Become the Pitiless Censors of Ourselves
7. Chris Corsano & Joe McPhee – Under a Double Moon
8. Nate Wooley Quintet – (Put Your) Hands Together
9. Kate Bush – 50 Words for Snow
10. Lady Gaga – Born This Way

Discos do ano Nacionais: 
1. Sei Miguel & Pedro Gomes – Turbina Anthem
2. Joana Sá – Through this Looking Glass
3. B Fachada – B Fachada
4. Buraka Som Sistema – Komba
5. RED Trio & John Butcher – Empire
6. Aquaparque – Pintura Moderna
7. Tiago Sousa – Walden Pond’s Monk
8. Aldina Duarte – Contos de Fados
9. Norberto Lobo – Fala Mansa
10. Os Passos em Volta – Até Morrer

Canções do ano: 
1. Beyoncé – Love On Top
2. Gang Gang Dance - Mindkilla
3. Ne-Yo feat. Trey Songz & T-Pain – The Way You Move
4. Jhené Aiko – Stranger
5. James Blake – I Never Learnt to Share
6. Lloyd – Naked
7. John Maus – Believer
8. Panda Bear – Benfica
9. Purpl Pop – The Way (The Living Graham Bond Dub Remix)
10. One Direction – What Makes You Beautiful

Concertos do ano: 
1. Kanye West no Festival Sudoeste
2. Ben Frost no Teatro Maria Matos
3. Peter Brötzmann’s Hairy Bones no Jazz em Agosto
4. John Maus na Galeria Zé dos Bois
5. Mostly Other People Do the Killing no Portalegre JazzFest
6. Schlippenbach Trio no Out.Fest
7. Ricardo Rocha no Teatro Maria Matos
8. Buraka Som Sistema no Coliseu dos Recreios
9. Primal Scream no Optimus Alive
10. Ken Vandermark (solo) no Jazz ao Centro Coimbra