Os protestos que têm feito notícia pelo mundo fora chegam à ópera. Há cerca de uma semana, por ocasião de mais uma apresentação de
Satyagraha, de
Philip Glass, no Met (a produção que recentemente a Gulbenkian mostrou em Lisboa no programa Met Live in HD da presente temporada), uma multidão juntou-se frente ao
Lincoln Center. Não apenas para protestar contra a política de preços que fazem da ópera um espectáculo acessível a apenas alguns, como explica Alex Ross, crítico de música da
New Yorker e autor de
O Resto É Ruído que no seu blogue fez uma cobertura deste acontecimento. Uma das razões pelas quais se explica a multidão que se juntou à frente do teatro foi a anunciada presença do próprio Philip Glass, que se juntou à aos que ali estavam para ler um excerto do libreto da ópera
Satyagraha. Recorde-se que esta ópera toma a figura de Ghandi como protagonista e usa como título a expressão que traduz o modelo de protesto popular de desobediência, mas não violento, que ali estava a acontecer. Philip Glass ia lendo as palavras, a multidão ao seu redor repetindo-as, como se fosse um gigantesco microfone humano. Além de Philip Glass o outro orador (este inesperado) desta "ocupação" (breve) do Lincoln Center, foi Lou Reed, que acabara de assistir à apresentação da ópera. O protesto foi mediatizado, mas tranquilo.
Podem ler
aqui o texto no blogue de Alex Ross.
E
aqui a reportagem no
LA Times.