Radiohead
"TKOL 1234567"
XL Recordings
2 / 5
São 19 remisturas. Arrumadas em dois CD, somando perto de cem minutos de música... Coisa para fãs naturalmente. E pouco mais. Podíamos ficar por aqui, mas vale a pena dedicar mais algumas linhas a um disco que tem contudo o mérito de representar uma série de experiências através das quais os autores das canções se permitem a observar como outros pontos de vista são possíveis no corpo do seu trabalho. Quem sabe se ali procurando eventuais caminhos a explorar em próximas sessões de estúdio. TKOL 1234567 (a descodificação do título afinal é fácil se soubermos do que se trata, afinal) é na verdade a reunião de sete máxi-singles com remisturas de temas do mais recente álbum dos Radiohead – King of Limbs (já deste ano) – lançados originalmente entre Julho e Outubro. Em terrenos diversos, de espaços mais próximos de demandas por filigranas de acontecimentos abstractos feitos de electrónicas a incursões mais próximas pelas heranças dos breakbeats da cultura house, as remisturas alternam entre o bem interessante (como são os casos das que surgem assinadas por Caribou, Harmonic 313, Mark Ptitchard, Four Tet) ou as nem por isso... Todos os temas do álbum conhecem pelo menos uma remistura, sendo que Bloom arrecada cinco leituras distintas. Mas no todo sente-se um encaminhar de ideias por caminhos relativamente próximos entre si, faltando o ocasional “ovni” que surpreenda o ouvinte (e que não conhece expressão no vincar de puslão rítmica na abordagem de Jamie Roberts a Bloom). TKOL 1234567 está longe de ser um logro. Mas é coisa que se revela afinal cansativa, o segundo CD (com propostas menos interessantes que o primeiro) sugerindo quase um sabor a suplício a dada altura...