Mês Kate Bush - 24
Depois de Red Shoes, de uma participação num tributo a Gershwin e do filme que a própria Kate Bush rodou usando seis das canções do álbum, fez-se silêncio. Em 1998 teve um filho (que agora dá a voz ao pequeno floco de neve que abre o alinhamento de 50 Words For Snow). No ano seguinte compôs e gravou uma canção para Dinosaur, um filme da Disney. Mas da sua música pouco se ouviu falar ao longo de uma série de anos. O silêncio chegou ao fim quando, em 2005, edita o álbum Areial. Socorrendo-se de uma lógica algo conceptual semelhante à que havia empregue em Hounds Of Love (editado 20 anos antes), Kate Bush dividia as canções do novo disco, um duplo álbum, por faces estética e tematicamente distintas entre si. Aclamado e feito um novo sucesso pelas boas vendas, Kate Bush via assim a confirmação de que a sua alma criativa não perdera a visão, revelando ainda uma nova voz, que expressava o tempo que entretanto passara.
O silêncio regressou contudo logo depois, vencido apenas em 2011 com a edição de dois álbuns (algo que a sua discografia não conhecia desde 1978). O primeiro dos novos discos foi Director’s Cut, uma colecção de novas gravações, sob arranjos distintos dos originais, de temas que lançara nos seus álbuns de 1989 e 1993. O segundo representando o novo 50 Words For Snow, o mais pessoal dos títulos da sua discografia e, até ver, um dos mais unânimes casos de crítica favorável entre os discos que alguma vez editou.
Entretanto, numa entrevista recente, deixou no ar a eventualidade de um regresso aos palcos. Não no formato de uma digressão extensa. Mas, num registo ainda a anunciar. Assim esperamos. E ficamos à espera...