É à quarta aventura que Tintin encontra o registo que definiria a continuação da série (e a própria identidade do personagem). Depois de três aventuras nas quais tudo acontece porque há um jornalista enviado em reportagem (ao “país dos sovietes”, ao Congo e aos Estados Unidos da América), desta vez é o acaso quem coloca as situações inesperadas pela frente de Tintin, numa história que começa a bordo de um navio no Mediterrâneo, passa pelo Egipto e acaba na Índia. Os Charutos do Faraó surgiu inicialmente nas páginas do Le Petit Vingtième entre 1932 e 34, teve primeiro lançamento em livro em 1934 e foi redesenhado e colorido para nova edição em 1955. A trama revela a Tintin a existência de uma rede traficantes e coloca em cena pela primeira vez os agentes Dupond e Dupont, que se tornarão daí em diante figuras frequentes nas aventuras de Tintin. Revelado (mas apenas como figurante) numa das últimas pranchas de Tintin na América, Rastapopoulos é outro dos “estreantes”. Esta é também a primeira vez que vemos a figura do Sr Oliveira da Figueira, um caixeiro viajante português conhecido por vender de tudo, mesmo a quem de nada precisa.
Para lá dos livros:
A versão apresentada adaptou a história à realidade portuguesa de então. O blogue Tintinófilo recorda, por exemplo, que uma greve de operários é então substituída por uma pausa de almoço. O texto publicado em Abril deste ano neste mesmo blogue revela que, Hergé não terá ficado muito contente com estas alterações mas que, contudo, apreciou as cores usadas na edição portuguesa.
Tintin na América passou pelas páguinas d'O Papagaio de Abril de 1936 a Maio de 1937. Até 1948 a revista publicou outras aventuras do jovem repórter, a última das quais O Segredo do Licorne.
Podem ler aqui um pouco mais sobre a publicação das primeiras aventuras de Tintin n'O Papagaio.