1. Esta é uma imagem da conferência de imprensa de Rafael Nadal no sétimo dia (4 de Setembro) do Open dos EUA, em ténis, logo após a sua vitória (3-0) sobre David Nalbadian: uma súbita cãibra fê-lo contorcer-se, acabando por deslizar da cadeira para se deitar no chão (algum tempo depois de assistido, regressou para completar as suas declarações). A simples existência das imagens diz bem da lógica iconográfica da "fama" no nosso mundo mediático. Dito de outro modo: o acidental e irrelevante transforma-se em matéria "noticiosa".
2. É uma boa e paradoxal lição para todos os que, nunca tendo visto um filme de Manoel de Oliveira, se insurgem contra os seus planos "longos" (como se a respectiva pertinência se medisse "a metro"...). Registe-se, em todo o caso, que este [video] é um eloquente exemplo dos insólitos desígnios narrativos que as imagens podem envolver: da longa duração do "não-acontecimento" até ao suspense do espaço off, tudo aqui nos ensina que uma câmara é um instrumento, não de transcrição, mas de criação de um novo mundo dentro do mundo. No limite, talvez não seja possível documentar nada — tudo é ficção.