Uma primeira imagem.
São actores: Rafael Morais, Anabela Moreira, Cleia Almeida e Rita Blanco.
Ou, se quiserem: Joca, Ivete, Cláudia e Márcia. Ou ainda: as irmãs Márcia e Ivete; os irmãos Joca e Cláudia, filhos de Márcia, sobrinhos de Ivete.
Parecem crianças assustadas. Ou talvez velhos, muito velhos, vencidos pelo desencanto da sua serenidade. Talvez seja mesmo verdade que os rostos de uma família vão integrando os tormentos do tempo, desenhando um mapa de territórios contínuos, de agreste continuidade. Talvez. Em todo o caso, o filme Sangue do Meu Sangue, de João Canijo, é sobre isso: a devastação do tempo e a nitidez com que isso se diz, com que disso se vive. E morre, continuando a viver.
É um filme português, imenso, devastado e devastador; cinema visceral, afinal belo como só nós podemos ser – estreia no dia 6 de Outubro.