Ao longo deste mês dedicado a Björk no Sound + Vision estamos a convidar
alguns jornalistas a falar do seu álbum favorito entre a discografia da cantora islandesa. Hoje é a vez de João Moço, do DN, nos explicar porque escolhe
Homogenic, álbum de 1997.
alguns jornalistas a falar do seu álbum favorito entre a discografia da cantora islandesa. Hoje é a vez de João Moço, do DN, nos explicar porque escolhe
Homogenic, álbum de 1997.
Os dois primeiros álbuns de Björk já tinham firmado a posição da cantora islandesa como uma das vozes marcantes do panorama pop dos anos 90, mas foi com Homogenic que criou aquela que é até hoje a sua obra total. Disco verdadeiramente vulcânico, não só por toda a sua catarse emocional, mas também pelo arrojo das experiências que servem estas canções, e que acabaram por moldar a pop da sua era. Este é um álbum que vive muito do cruzamento das produções electrónicas (a maioria em parceria com Mark Bell dos LFO) com dramáticas orquestrações, rasgando-as para nelas se inserirem por completo, como é exemplo uma canção perfeita como Jóga. Homogenic foi o disco que elevou as ambições de Björk na forma como esta posiciona a sua música num patamar artístico. Aqui as explorações electrónicas são tratadas como um corpo físico, orgânico e denso nos caminhos que escolhem seguir, sendo estas experiências muito mais do que somente jogos sonoros, já que têm bastante vincada a sua “missão” não só de servir estas canções, mas acima de tudo de dar vida à profundidade emocional a que Björk se propõe de forma tão intensa. Este é também o disco em que a cantora atinge o zénite da sua personalidade interpretativa que, de tão marcada, lhe tem criado as maiores inimizades. Mas passados 14 anos desde o seu lançamento, as canções de Homogenic mantém-se igualmente revigorantes e isso é um feito único.
Imagens do teledisco de Jóga, um dos temas do alinhamento de Homogenic