domingo, agosto 14, 2011

À volta de Schoenberg


Brahms em versão para orquestra por Schoenberg e duas outras obras 
deste outro compositor vienense em novo disco da Berliner Philharmoniker, 
sob direcção de Simon Rattle. Edição EMI Classics. 

Uma das características mais interessantes nos programas de concertos de música orquestral de Simon Rattle com a Berliner Philharmoniker é a frequente inclusão de obras do século XX antes das peças que fazem as letras mais gordas do cartaz dessa noite. A relação do maestro com a música do século XX é reconhecia, tendo já gravadas, com a orquestra berlinense, obras de nomes que vão de Messiaen ou Shostakovich a Adès. O mais recente disco do maestro britânico frente à orquestra alemã que dirige há já alguns anos promove novo encontro entre um passado mais distante (se bem que do século XIX) e um nome central em processos que marcaram grandes mudanças na música do século XX: Arnold Schoenberg.

O disco abre com uma leitura, com arranjo para orquestra de Schoenberg, do belíssimo Quarteto para Piano Nº 1 de Brahms. Originalmente estreado em 1862 por Clara Schumann, a obra foi ponto de partida para a versão orquestral de Schoenberg que, depois, já nos anos 30 do século XX, deu inclusivamente nome a um bailado, criado por George Balanchine, que juntava o nome dos dois compositores: o Brahms — Schoenberg Quartet. Ao Brahms, Rallte junta depois, de Schoenberg, Begleitmusik zu einer Lichtspielszene, criação de 1930 para um filme imaginário e a Sinfonia de Câmara Nº 1 (de 1906). As interpretações são seguras, a orquestra firme, mas capaz de entender as subtilezas das composições. Convenhamos que, à volta de Schoenberg, Rattle está nas suas sete quintas.



Imagens de um excerto de uma interpretação do Quarteto para Piano Nº 1 de Brahms por Rallte e a Berniner Philharmoniker, em plena Philharmonie (a sede da orquestra, em Berlim).