De nacionalidade belga, com formação artística mais ligada ao teatro, Claude Laydu foi no cinema um daqueles actores de um só filme. Não literalmente, mas pela especificidade da sua estreia: na personagem central do fabuloso Diário de um Pároco de Aldeia (1951), de Robert Bresson, surgiu como a impressionante encarnação da dúvida interior, inerente ao próprio labor da fé.
É certo que filmou regularmente até meados da década de 60, mas nada que se aproximasse da singularidade dramática e (meta)física do filme de Bresson. Junto de muitos espectadores, acabou por ficar conhecido, insolitamente, como autor e produtor de Bonne Nuit les Petits, uma emissão televisiva dedicada ao público infantil. Laydu faleceu no dia 29 de Julho, em Paris, contava 84 anos — o seu obituário surgiu no New York Times apenas doze dias mais tarde.