segunda-feira, agosto 22, 2011
Encontros imediatos, ali para o Oeste
Não é a primeira vez que a ficção científica visita o velho Oeste. Não só Star Trek por lá passou (nos tempos dos episódios para a televisão) como Robert Zemeckis ali levou a terceira parte do tríptico Regresso ao Futuro... Desta vez, com uma graphic novel de Scott Mitchell Rosenberg por ponto de partida, juntam-se num mesmo prato cowboys e alienígenas. Mas tanta é a condimentação de géneros (de ambas as partes) que o filme soma que, no fim, damos pela falta de bons ingredientes...
Estamos em mil oitocentos e setenta e qualquer coisa, perto da fronteira com o México, as disputas fronteiriças e as quezílias com os povos nativos ainda não sendo coisa de um passado definitivamente arrumado. Um homem (Daniel Craig) acorda de pulseira no braço. Não se lembra de nada, apenas que sabe falar inglês. Acaba numa terreola onde o filho do ricaço da zona (Harrison Ford) atemoriza os poucos que ali moram. Um xerife íntegro promete levá-lo às autoridades. A ele e ao forasteiro, afinal um bandido procurado. E quando menos se espera, do céu da noite chegam luzes. Naves em voo rasante que laçam (sim, como os vaqueiros) as gentes e as levam... Chamam-lhes demónios, são feios quanto baste, e acabamos por saber que procuram outro (coisa igualmente rara lá de onde vêm)...
O filme parte então em busca dos raptados, somando um a um lugares comuns não só das aventuras do velho Oeste (os bandidos, os índios, as cavalgadas que surgem imponentes depois de virada uma curva) como dos filmes de alienígenas (as experiências a bordo, a escuridão da nave, as aparentes fragilidades dos bichos...)... Se as premissas iniciais pareciam interessantes e as imagens que nos fazem descobrir o herói amnésico também, já o evoluir da narrativa desemboca numa espécie de piloto-automático que, na verdade, adivinha para onde a história caminha...
Imagens do trailer de Cowboys and Aliens.