domingo, julho 03, 2011

(Uma vez mais) para lá do cinema


Mais uma incursão do catálogo da Chandos pela obra de Nino Rota. Mais três obras para orquestra, em gravação pela Filarmonica ‘900 del Teatro Regio de Turim, dirigida por Gianander Noseda.

A Chandos continua a editar, com alguma regularidade, gravações que revelam a obra de Nino Rota para lá dos espaços do cinema (que o tornaram num dos mais célebres compositores ao serviço da sétima arte). Contra novas correntes que ganhavam forma em meados do século XX, Nino Rota optou por nunca abandonar a tonalidade, levando à sua música orquestral uma agenda mais “clássica” de formas. As suas duas primeiras sinfonias (que datam dos anos 30) são de resto exemplos de heranças directas do romantismo. Já a Sinfonia Nº 3, composta entre 1956 e 57, é uma obra mais curta e simples e essencialmente neo-clássica. É esta a peça central deste novo lançamento, que conta com a Filarmonica ’900 Del Teatro Regio (de Turim), dirigida por Ginastera Noseda. O disco volta a sublinhar a vontade de Nino Rota em promover na música que criava para as salas de concerto a busca de um sentido nos antípodas de uma atitude cerebral (na verdade não se afastando muito de formas que abraçava nas partituras que assinava para o cinema). Como nos explica o booklet que acompanha o disco, Rota dizia-se feliz quando compunha e explicava que não pretendia mais senão dar um momento de felicidade a quem depois escutasse a sua música. Essa era, de resto, uma demanda central à sua obra. Demanda que podemos constatar não apenas na Sinfonia Nº 3, mas também no Divertimento Concertante para Contrabaixo e Orquestra (1968-73) – aqui com Davide Botto – e a obra para orquestra e piano Concerto Soirée (1962), que tem aqui Barry Douglas como solista.