domingo, julho 10, 2011

O grande Norte pelo distante Sul


A Sinfonia Nº 2 de Sibelius e a célebre Karelia Suite, sucessão de quadros evocativos de momentos da história finlandesa, em nova gravação pela orquestra neo-zelandesa que tem à sua frente o maestro Pietari Inkinen.

É um dos ciclos em construção que mais vale a pena ir acompanhando. Este é já o terceiro disco que o maestro finlandês Pietari Inkinen e a New Zeland Symphony Orchestra dedicam a Sibelius, a aparente distância entre a casa mãe da orquestra e o berço do compositor e do maestro afinal parecendo coisa que não existe no mundo das realidades físicas. Na verdade, a Sinfonia Nº 2, peça central deste novo volume, nasceu fora de portas. Em concreto, no ano 1900, Sibelius era convidado para uma digressão com a Orquestra Filarmónica de Helsínquia, que passou inclusivamente pela exposição universal em Paris. Depois de uma etapa em Berlim, foi de passagem por Itália que o compositor esboçou as primeiras ideias, desenvolvendo-as sobretudo em Florença, onde sentiu que os seus pensamentos o conduziam rumo a um trabalho algo inspirado pela Divina Comédia de Dante. A composição ganharia forma definitiva de regresso à Finlândia, já em 1902. Obra intensa e dramática, expressando ainda uma alma pastoral, a Sinfonia Nº 2 tornou-se numa das composições de referencia de Sibelius e conhece aqui uma leitura grandiosa, segura e inteligente, o maestro contando uma vez mais com uma orquestra que parece compreender a personalidade de uma música que nasceu nos seus antípodas. Como complemento, o alinhamento acrescenta a Karelia Suite, outra das mais célebres obras orquestrais de Sibelius.