Graças ao impacto internacional de Zorba, o Grego (1964), foi um dos nomes mais internacionais de toda a história do cinema grego — Michael Cacoyannis faleceu em Atenas, no dia 25 de Julho, contava 89 anos.
Baseado no romance de Nikos Kazantzakis, Zorba, o Grego tornou-se um fenómeno internacional potenciado pela fama do seu protagonista e produtor, Anthony Quinn, acabando mesmo por se confundir durante muito tempo com a imagem simbólica do próprio cinema da Grécia. Em qualquer caso, as suas características estão longe de condensar o essencial da trajectória artística de Cacoyannis, nascido Mihalis Kakogiannis (em Limassol, Chipre). Há mesmo quem considere que o melhor do seu trabalho está antes de Zorba, o Grego, nomeadamente em títulos como Stella (1955), com Melina Mercouri, e Electra (1962), com Irene Papas. Tendo realizado dezena e meia de filmes, procurou quase sempre elencos multinacionais, em particular integrando notáveis actores ingleses; Alan Bates, por exemplo, também protagonista de Zorba, o Grego, surgiu naquela que seria a sua derradeira realização: The Cherry Orchard (1999), adaptação de Chekhov, também com Charlotte Rampling. Com uma importante actividade como encenador de teatro e ópera, dirigiu em 1983, nos EUA, uma versão musical de Zorba.