segunda-feira, julho 04, 2011

Fábio Coentrão não será ministro

Como fã militante de José Mourinho, estou a torcer para que Fábio Coentrão seja contratado pelo Real Madrid, mesmo não compreendendo muito bem o que ele vai querer fazer com Marcelo... but that's another story — enfim, esta observação decorre apenas da minha não muito gloriosa condição, também militante, de treinador de bancada.
Acontece que, segundo o jornal Correio da Manhã, "Luís Filipe Vieira está a fazer tudo para que Fábio Coentrão fique no Benfica, pelo menos mais um ano, e, sabe o CM, está na disposição de duplicar o ordenado do jogador." Na prática, Coentrão ficaria (ou ficará) a ganhar 100 mil euros por mês.
Lida a notícia, procurei na Net alguma reacção jornalística. Talvez mesmo um daqueles comentários "especializados" que surgem um milésimo de segundo depois da notícia, por vezes até conseguindo antecipá-la... Esperava mesmo, confesso, uma avalancha purificadora, denunciando o "escândalo" de tal verba para voltar a proclamar pela milionésima vez as delícias mediáticas da "crise". Mas não. Não há justiça jornalística para o futebol, a não ser na mente pedagógica dos que, heroicamente, continuam a contabilizar os resultados "justos" e "injustos".
Ainda se Coentrão fosse ministro... Assim, a única coisa que encontrei foi uma avalancha de citações da mesma notícia (incluindo esta, et pour cause...), típica dessa câmara de ecos que a Net consegue gerar como se estivesse a ilustrar a bondade de uma natureza imanente. Em todo o caso, ficamos a saber que, de acordo com a moral dominante, o valor do dinheiro não é filosoficamente universal.
Modestamente, regozijo-me por termos sido poupados a mais alguma moralização "jornalística". Com votos de que o Real consiga contratar este cidadão português que, malgré lui, falhou a carreira de ministro.