O filme final da saga de Harry Potter — Harry Potter e os Talismãs da Morte - Parte II (estreia: 14 de Julho) — tem uma magnífica frase promocional: "Tudo acaba". Não apenas porque nela se assume um redentor alívio, mas também porque o seu desejo de finitude contraria a lógica repetitiva de muitas sequelas. Em boa verdade, a frase consegue lidar com aquilo (o poder simbólico da morte) que os filmes contornaram sempre de forma mais ou menos pitoresca, saturada de pueris efeitos especiais.
Dito de outro modo: é no momento em que, finalmente, se revela capaz de integrar algo de friamente adulto (a certeza do fim) que Harry Potter nos abandona. What a pity... Como se prova, vivemos num mundo em que é perigoso crescer — o amor da infância desapareceu, dando lugar à infantilização militante.