Beethoven, por Joseph Mahler |
1. No programa da Fundação Calouste Gulbenkian, a propósito da Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, são evocadas estas palavras de Robert Schumann, escritas em 1831: "Para mim, a Nona Sinfonia é um léxico de todas as formas poéticas. O primeiro andamento é épico, o segundo humorístico, o terceiro lírico e o quarto é onde os três se unem num puro drama." Assim foi, de facto, o concerto do fim de tarde de sexta-feira, 3 de Junho: depois da abertura de Fidelio e da ária Ah! Perfido!, o maestro Bertrand de Billy conduziu uma performance apoteótica, com os excelentes Adina Aaron (soprano), Adrineh Simonian (meio-soprano), Charles Reid (tenor) e Boaz Daniel (barítono), e ainda o Coro Gulbenkian em toda a sua excelência. Se é verdade que esta é uma sinfonia cujo sentido de celebração e exaltação da vida superou todas as épocas e conjunturas, então o concerto do Grande Auditório foi um evento de exemplar universalismo — um encerramento genuinamente festivo para uma temporada magnífica.
2. ... ou quase: a temporada de música 2010/2011 da Fundação terá o derradeiro concerto no Coliseu dos Recreios (segunda-feira, 6 de Junho, 21h00), com a Sinfonia nº 2, de Gustav Mahler — no palco estará a San Francisco Symphony, sob a direcção de Michael Tilson Thomas.