sexta-feira, maio 27, 2011

Reedições
Suede, Suede


Suede
“Suede”
Nude Records
5 / 5

A pop britânica sentiu a perda dos Smiths. Estávamos em finais dos oitentas e logo o mapa pop local encetou a busca de eventuais sucessores. Busca que logo começou ao som dos House Of Love, passando por nomes como os The La’s, mais tarde os Blur, os Pulp... E antes mesmo do fenómeno brit pop ganhar mediatismo (gerando focos de atenções e fenómenos de popularidade, mas nunca um caso com a dimensão de uns Smiths), os Suede foram acolhidos, pela imprensa musical britânica (e pelo entusiasmo de quem acompanha as boas novas em terreno alternativo) como uma das melhores surpresas locais dos inícios dos noventas. Animados por reencontros com heranças de David Bowie e, precisamente dos Smiths, reencontrando uma relação com genéticas do glam (que passam naturalmente por Bowie e pela formação de Morrissey), os Suede encontararm no par Brett Anderson (voz) e Bernard Butler (guitarra) uma das grandes parcerias pop dos noventas. E tiveram neste seu álbum de estreia, originalmente lançado em 1992, a mais perfeita das suas colecções de canções. Entre a dinâmica pop que anima temas irresistíveis como o são So Young, Animal Nitrate ou The Drowners e todo um alinhamento capaz de passar por outros climas e ideias, contando histórias e reflectindo sobre situações e sensações, Suede é um absoluto clássico dos noventas. Um daqueles raros discos que não conhecem um momento menos inspirado e com alinhamento de absoluta coerência de fio a pavio. Passam por aqui (e as escolas citadas não serão alheias) ideias de ambiguidade em vários planos, a da foto que ilustra a capa sendo perfeito rosto para um disco que permite várias leituras. Romântico, torturado, teatral e poético, um clássico.