Gus Gus
“Arabian Horse”
Kompakt Records
3 / 5
Dois anos depois de 24/7 os islandeses Gus Gus lançam aquele que é o seu segundo álbum para a editora Kompakt, casa com importante expressão nos terrenos do techno minimal. Não muito distantes do que nos haviam mostrado nesse último disco, talvez sem contudo levar ao alinhamento uma canção do calibre de um Add This Song (que no álbum de 2009 abria caminhos rumo às memórias pop de um Starlovers ou Ladyshave, dos dias de This Is Normal), os Gus Gus talham ao longo de Arabian Horse um percurso feito de electrónicas de matriz mais paisagista que herdeira dos domínios da escrita pop. Todavia não deixam de ensaiar abordagens à música vocal que transcendem a lógica da canção pop de formato mais clássico nem deixam de lado o que parece ser um ainda evidente interesse pela pulsão rítmica que cativa o corpo para a pista de dança. Banda de formação eternamente em mutação, os Gus Gus conhecem neste seu novo álbum um episódio de reencontro com o vocalista Urdur Hákonardóttir, no fundo mantendo, também por aqui, a exploração e arrumação das ideias num quadro que em tudo traduz traços de continuidade face ao seu trabalho anterior. Pontualmente brotam das electrónicas pequenos fragmentos de “exotismos” que apontam a outras latitudes, revelando-se estes como elementos alienígenas num corpo musical que os transporta mas em nada os assimila.