terça-feira, maio 31, 2011
Gulbenkian 2011/12: a mudança continua
A temporada 2011/12 da Gulbenkian confirma os interessantes sinais de mudança que a presente já sugerira. Alarga horizontes, ousa ir para lá dos cânones, sem que tal implique quer uma descaracterização de identidade nem uma falta de atenção para com o seu público já habitual. Pelo contrário, a lógica é de soma de focos de interesse, abrindo mais ainda aquele importante espaço a outras músicas conseguindo, ao mesmo tempo, um cimentar de uma base de trabalho que, ano após ano, ali construiu uma plataforma para encontro regular entre o público lisboeta e os maiores nomes dos espaços da música clássica (e arredores) do nosso tempo.
Tal como este ano foi Mahler quem mais ordenou, de Wagner (do seu tempo e dos seus lugares) teremos um dos focos mais interessantes da programação, incluindo um Tannhäuser em versão de concerto a 12 e 15 de Janeiro, sob direcção de Bertrand de Billy.
Também a música do presente estará devidamente representada, entre os destaques da programação contando-se um pequeno ciclo dedicado a Thomas Adès (na imagem) em Janeiro de 2012, que contará com a presença do compositor britânico na direcção de três concertos.
A abertura da temporada faz-se a 17 de Setembro com um recital da soprano Karita Matilla com obras de Berg, Brahms, Debussy e Richard Strauss.
Entre os nomes de primeiro plano que nos visitarão este ano contam-se, por exemplo, os de Ryuichi Sakamoto (em trio, a 21 de Novembro, no quadro da programação do ciclo Músicas do Mundo, que contará ainda com mais concertos), Gustavo Dudamel (desta vez com a Orquestra de Gotemburgo, na Suécia, de que é ainda maestro titular) dirige Haydn e e Richard Strauss a 27 de Março, Peter Eötvos dirige o Momente de Stockhausen a 10 e 11 de Novembro, Philippe Jaroussky canta Vivaldi e Händel a 14 de Novembro, Joana Carneiro dirige obras de Golijov, Salonen e John Adams a 17 e 18 de Novembro, David Afkham dirige Prokofiev e Shostakovich a 15 e 16 de Dezembro, Hélene Grimaud toca Mozart, Berg, Liszt e Bartók a 17 de Dezembro, Uri Caine recria o seu Wagner in Venice a 8 de Janeiro, Gorán Bregovic a 6 de Fevereiro, Andreas Scholl canta Bach a 7 de Fevereiro, Evegny Kissin interpreta Beethoven, Barber e Chopin a 12 de Fevereiro, Alfred Brendel dá uma masterclass a 19 de Fevereiro, Natacha Altas estará ali a 26 de Fevereiro, Pietari Inkinen (que tem estado a gravar Sibelius pela Naxos) dirige Sibelius e Beethoven a 8 e 9 de Março, a Gustav Mahler Jugendorchester apresenta a 7ª Sinfonia de Shostakovich a 16 de Abril...
As transmissões de ópera do Met (em alta definição) voltam a merecer espaço de destaque na programação. Além da continuação de uma tetralogia do “anel” (de que vimos já O Ouro do Reno e a Valquíria), o programa para 2011/12 inclui um Satyagraha (na imagem), de Philip Glass, a ver a 19 de Novembro.
Brevemente aqui um olhar detalhado sobre o ciclo de cinema que acompanha esta programação.