Continuamos a publicação de uma entrevista com a cantora Julianna Barwick que serviu de base ao artigo ‘Num lugar mágico ao som de uma voz’, publicado na edição de 7 de Maio do DN Gente.
Como trabalha as suas canções? Como constrói as atmosferas em torno da voz?
Uso muitos efeitos na minha voz, sobretudo reverb, e é um pouco isso o que a tira do real e a leva para o imaginário.
Pode algo tão natural (ler biológico) como a voz encontrar um diálogo verdadeiro com as máquinas que nos ajudam a fazer música hoje em dia?
Completamente! Sinto isso nos músicos de quem mais gosto a todo o tempo. E quando se acerta, é mágico mesmo.
Quais são os lugares ideais para escutar a sua música. A nave de uma catedral? Um auditório de música clássica? O campo?
Numa primeira análise diria os auscultadores, algures num sítio belo e onde se possa estar só.
Quando e como grava a sua música?
Gravo-a sozinha com o mesmo equipamento que uso para a tocar ao vivo. Microfone, efeitos e um gerador de loops. Depois misturo as coisas no computador. Faço tudo quase até ao fim no meu quarto.
A composição é um lugar solitário?
Sim, mas de uma forma positiva. Não o poderia fazer de outro modo. É uma actividade bem solitária para mim.
O novo disco está a colher elogios. Como está a reagir a esta maior atenção mediática?
É um pouco assustador... Sinto-me feliz por ver que as pessoas estão a reagir bem aoi disco e a gostar dele. Sabe mesmo bem.
Sente que pode perder algo ao ter a sua música mais exposta?
Nem por isso. E não creio que vá chegar ao top 100 da Billboard ou nada que se pareça assim tão depressa... Por isso é bom ver que há mais pessoas que antes, com os discos anteriores.
(continua)