Iniciamos hoje a publicação de uma entrevista com a cantora Julianna Barwick que serviu de base ao artigo ‘Num lugar mágico ao som de uma voz’, publicado na edição de 7 de Maio do DN Gente.
Algumas das suas memórias mais remotas recuam aos dias em que vivia na Louisiana. Como era lá a sua vida?
Era calma e cheia e solarenga. Nunca vi neve por lá. Passava muito tempo num acampamento quando era mais pequena e lembro-me disso ser um deleite para os sentidos. O cheiro dos pinheiros, o sabor daqueles frutos deliciosos, dos vegetais. Era um lugar lindíssimo para se viver uma infância. Nadava muito e trepava às árvores.
As sensações de ar livre que se sentem no novo álbum The Magic Place terão relação com esses dias mais perto do campo?
Acha que o novo disco soa a algo ao ar livre? Creio que isso tem muito a ver com a interpretação que se pode dar... E acho que a única relação entre as duas as coisas é o facto de ter chamado a um tema, e depois ao álbum, The Magic Place, que era na nossa quinta. Era um tempo maravilhoso para se ser criança. Mas tenho-me sentido dessa forma em relação a tudo nos últimos tempos.
O que é para si um lugar mágico?
É um lugar mesmo belo, único, estranho, inesperado. E em casa com quem amo.
Como foi mudar-se para Tulsa e, depois, para Nova Iorque?
Tivemos de nos mudar para Tulsa quando eu tinha 13 anos por causa do trabalho do meu pai. E senti uma certa excitação por um tempo. Tusa era um lugar óptimo para passar uma adolescência. Conheci muitas pessoas de quem ainda hoje estou muito próxima. Mudei-me para Nova Iorque há dez anos. Estava tão feliz! Estava apaixonada pelo lugar... E ainda estou. É uma cidade espantosa cheia de pessoas a fazer muitas coisas. E é super-inspiradora.
Consegue datar as suas memórias musicais mais antigas? E que música foi? E o que lhe chamou a atenção?
Lembro-me de cantar na igreja, em casa com os nossos discos e com a minha mãe, que é uma magnífica cantora. Gostava de ouvir a rádio do carro. Tinha um gira discos Fischer Price no qual adorava ouvir os discos. Lembro-me de ter um single dos Beach Boys que tinha, de um lado, o Don't worry, baby e, do outro, o I get around e acho que quase o gastei. O que me cativou na igreja foi o som e o cruzar da voz humana com a música pop. Era divertido. E ainda hoje gosto disso.
(continua)