sábado, abril 30, 2011

Ernesto Sabato (1911 - 2011)


Figura ímpar das letras argentinas, cidadão politicamente empenhado que, na sequência do desmantelamento da ditadura militar, presidiu à Comissão Nacional para o Desaparecimento de Pessoas, Ernesto Sabato faleceu na madrugada de 30 de Abril, vitimado por uma bronquite — completaria 100 anos no dia 24 de Junho.
O seu primeiro livro, Uno y el Universo (1945), apresentava um conjunto de ensaios filosóficos sobre o conflito entre a humanidade e a evolução tecnológica. Publicou o primeiro romance, El Túnel, em 1948, de imediato obtendo um grande reconhecimento internacional. Seguiram-se títulos como Sobre Héroes y Tumbas (1961), El Escritor y sus Fantasmas (1963), Diálogos con Jorge Luis Borges (1976) e a autobiografia Antes del Fin (1998). À frente da Comissão Nacional para o Desaparecimento de Pessoas, Sabato coordenou os trabalhos de investigação sobre a repressão da ditadura militar do general Jorge Videla (1976-1983), recolhendo testemunhos relacionados com 8960 desaparecidos e a existência de 340 centros de detenção ilegal e tortura, culminando, em 1984, com a edição do relatório Nunca Más. Nesse mesmo ano, foi galardoado com o Prémio Cervantes.

>>> Obituário no jornal El Pais.