terça-feira, março 08, 2011

Um fim de tarde no Chiado


O auditório da Fnac Chiado encheu ontem para a apresentação do mais recente romance do escritor norte-americano Michael Cunningham, Ao Cair da Noite. Conduzida pelos autores deste blogue, a conversa com o escritor passou primeiro pela escrita do livro, Cunningham revelando que chegou, durante o processo de preparação do texto a viver durante uma semana numa galeria de arte, tendo mesmo vestido a rigor como se de um funcionário se tratasse... “Não vendi nada”, confessou. Falou-se da relação dos seus livros com o cinema e, perante aquela frequente observação, de alguém que lhe diz que viu o filme, mas não leu a obra que está na sua origem, respondeu desdramatizando, ao lado de outros dramas maiores no mundo não vendo este como um real problema. Não deixou contudo de sublinhar que estabelece uma distinção clara entre o que são os seus romances e o que é o trabalho para o cinema, vendo os filmes que nasceram dos seus livros como uma visão de quem os assina. No final o mundo político do nosso tempo passou pela conversa, explicando o autor que talvez seja ainda cedo para se escrever um romance sobre a América de Obama (que vincou admirar profundamente). Ao jornalismo, disse, cabe o retrato mais imediato. O escritor, defende, pede tempo para depois reflectir sobre a realidade na sua ficção.