quinta-feira, março 24, 2011

Novas edições:
Yelle, Safari Disco Club


Yelle
“Safari Disco Club”

V2 Coop

3 / 5


Foi em 2007 que, entre uma série de artigos publicados em páginas atentas às boas novas no departamento ‘lifestyle’, surgiu o nome de Yelle. Não era a música quem muitas vezes justificava o discurso, mas a nova dança “urbana” a que surgia associada. Chamaram-lhe tecktonik e tinha o um single do seu álbum de estreia como uma das suas bandas sonoras de eleição (o teledisco que acompanhou a canção explicando talvez a sua mediatização neste mesmo sentido). Vencido o silêncio que veio depois, os primeiros sinais de uma sequela começaram a surgir ainda em 2010 ao som de La Musique, agora entrando em cena um álbum que segue o rumo que esse mesmo aperitivo sugeria... Estamos num terreno pop feito com electrónicas e uma relação próxima com as formas do electro e de alguma da música que mexe as noites dançantes mais gourmet dos nossos dias em solo continental europeu... A personalidade vinca-se depois através da assimilação do que parecem ser heranças naturais da pop francesa (yé yé inclusive), a vocalização, ora naquele célebre tom frágil à la Françoise Hardy (como se escuta em Le Grand Saut) ora ocasionalmente quase falada (em La Musique) estabelecendo a face mais evidente dessas ligações. Talvez não haja pelo alinhamento de Safari Disco Club muitos momentos capazes de dali fazer nascer um clássico para a saison, o disco mostrando contudo uma colecção de canções mais consistente que a que fizera o álbum de estreia. Ultrapassa assim o desafio da criação de um segundo capítulo, colocando no mapa da pop europeia do nosso tempo um nome que se junta assim aos de uma La Roux, Little Boots ou Robyn, cimentando a solidez de uma nova geração pop electrónica no feminino.