segunda-feira, março 14, 2011

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Discodeine, Discodeine


Discodeine
“Discodeine”

Pschent

3 / 5


Tudo começa numa dupla de produtores franceses. São eles Pilooski e Pentile, assinando juntos como Discodeine... Há alguns meses um single no qual contavam, com a participação especial de Jarvis Cocker chamava atenções. Agora, esse mesmo Synchronize surge como um entre doze temas que fazem deste álbum um olhar actual sobre as heranças do disco, afinal, e uma vez mais, uma força bem viva entre a criação musical do nosso tempo. Sem que tal seja expressão de uma eventual lógica conceptual, Discodeine começa a rodar em clima downtempo, as vocalizações de Matias Aguayo servindo a construção da atmosfera que nos acolhe em Singular. O alinhamento avança, gradualmente ganhando intensidade rítmica, da matriz disco que define os caminhos brotando caminhos que nos agarram como quem nos leva noite dentro, a pista de dança surgindo cada vez mais perto à medida que mergulhamos no coração do álbum. O percurso não é todavia linear, a assombração com carga cénica bem desenhada que se escuta em Homo-Compatible abrindo uma festa (e pontual fuga) no rumo dos acontecimentos, o caminho logo retomado em Relaps e Invert (neste último sendo já evidente uma relação com os mais eficazes métodos da dança). A cereja sobre o bolo chega logo depois no velho aperitivo que é Synchronize, com epílogo servido logo depois, em registo chill out, ao som de Figures in a Soundscape... Mesmo longe dos feitos de um Lindstrom e de alguns outros que nos últimos tempos reflectiram sobre as genéticas do disco, Discodeine não deixa de ser um interessante olhar actual sobre estas mesmas heranças.