sábado, março 12, 2011

Brahms (com um ponto de vista)


Quarto volume numa série através da qual o maestro John Eliot Gardiner, a “sua” Orchestre Révolutionaire et Romantique e o Monteverdi Choir, têm definido interessante abordagem à obra sinfónica de Brahms.

Seguindo a lógica que a sequência dos números dita, chegou recentemente a disco uma gravação da Sinfonia Nº 4 de Johannes Brahms (1833-1897) sob a orientação que Gardiner tem definido para esta integral que tem vindo a editar através da sua própria editora, a Soli Deo Gloria e que toma como linha condutora central uma visão da música orquestral do compositor sob o ponto de vista da expressão (não menos marcante) da sua música coral. Datada de 1885, esta obra na qual o maestro identifica, por um lado, marcas várias de uma relação com formas do barroco, por outro adivinha sinais do neo-classicismo stravinskyano (referências devidamente explicadas na entrevista que podemos ler no booklet que acompanha a edição), surge em disco acompanhada por uma série de outras peças, na sua maioria de autores que não Brahms, entre a abertura Coriolano de Beethoven e o Sanctus and Benedictus a 12 de Gabrielli, passando ainda por nomes como Schütz e Bach.