quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Novas edições:
Cut Copy, Zonoscope


Cut Copy
“Zonoscope”

Modular / Universal

2 / 5


Foi em meados da última década que, de um momento para o outro, uma mão cheia de bandas australianas (todas elas num comprimento de onda com afinidades com as genéticas da pop electrónica) entraram em cena, chamando atenções deste lado do mundo. Foi assim que, de um momento para o outro, nomes como os Midnight Juggernauts, Presets ou Cut Copy deixaram de ser distante eco de uma pop que chegava dos antípodas. Destes últimos, que haviam sido os mais “felizes” no processo de criar um sucessor para um primeiro álbum que despertara curiosidades - propondo em In Ghost Colours (2008) um segundo lote de canções que solidificaram um estatuto e encurtaram ainda mais as eventuais distâncias entre estas longitudes e aquelas em que nasceram – acaba de chegar um terceiro disco. Mas se no segundo deram conta do recado, ao terceiro a coisa resvala para a pura desilusão, num alinhamento que parece jogar sobretudo à defesa. Need You Now, o novo single, segue, sem muita imaginação, o modelo da pop épica à la Killers. Take Me Over, single ainda lançado em 2010, acena a memórias dos seus compatriotas Men At Work... E, por aí adiante, o álbum não mostra mais que a revisita a formas e ideias que ora transportam ecos da pop electrónica dos oitentas ora piscam o olho a uma modernidade dançável (nada contra se o fizessem com grandes canções, o que não é de todo o caso). Zonoscope é contudo um disco tecnicamente competente e, mesmo sem apresentar canções candidatas a ficar na história, é banda sonora para uma banda que pode assim correr o mundo em festivais com uma mão cheia de temas que, mesmo longe de memoráveis, despertarão nas plateias um certo sentido de familiaridade. Nota de ressalva sobre o interessante instante que registam no longo Sun God (que fecha o alinhamento), onde lançam ideias bem mais interessantes que no restante alinhamento do disco.