Actriz francesa, muito popular nas décadas de 60/70, consagrada com a personagem de Nadia em Rocco e os Seus Irmãos (1960), de Luchino Visconti, Annie Girardot faleceu em Paris, a cidade onde nasceu a 25 de Outubro de 1931 — contava 79 anos.
Formada com distinção pelo Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática, entrou em 1954 para a Comédie Française, rapidamente sendo reconhecida como um talento invulgar. Dois anos mais tarde trabalha sob a direcção de Jean Cocteau, em La Machine à Écrire, que vê nela "o mais belo temperamento dramático do pós-guerra". Ao mesmo tempo, foi desenvolvendo uma carreira cinematográfica, filmando entre outros com Marcel Carné (Le Pays d'où Je Viens, 1956) e Jean Delannoy (Maigret Tend un Piège/Desafio ao Crime, 1957), até encontrar Visconti, com Rocco [trailer], consagrado com o Leão de Ouro de Veneza/1960.
Entre os seus títulos mais importantes, seguiram-se I Compagni (1964), de Mario Monicelli, Viver para Viver (1967), de Claude Lelouch (primeira de seis colaborações com este cineasta), Dillinger Morreu (1969), de Marco Ferreri, e Morrer de Amor (1971), de André Cayatte — este último conferiu-lhe a dimensão de grande estrela popular, "La Girardot", tendo servido, em Portugal, para a inauguração do cinema Londres, em Lisboa (na altura um dos primeiros símbolos da renovação do parque de exibição e da proliferação do modelo de "sala-estúdio").
Recebeu três Césares, o último deles, em 2002, pelo seu papel (secundário) em A Pianista, de Michael Haneke. Sofria da doença de Alzheimer, facto que a família divulgou em 2006; no ano seguinte, publicou o livro La Mémoire de Ma Mère, escrito em colaboração com o jornalista Jean-Michel Caradec'h.
>>> Obituário no jornal Le Monde.