sexta-feira, janeiro 21, 2011

Reedições
Marc Almond, Vermin in Ermine


Marc Almond
“Vermin in Ermine”

Genepool Records

4 / 5


Tinha conhecido súbito, expressivo e inesperado sucesso global em menos de um ano de vida discográfica nos Soft Cell (na sequência do triunfo mundial de Tainted Love, o segundo single do duo). Ainda nos dias em que integrava essa parceria com Dave Ball, fundou o projecto paralelo Marc and The Mambas através do qual desbravou terreno fora da zona de conforto inicial da pop electrónica (e da canção pop em geral), tacteando outras experiências que lhe abriram novos horizontes de possibilidades (e logo uma obra-prima diferente de todos os demais discos do seu tempo no notável Torment and Toreros, de 1983). Em 1984, no mesmo ano em que os Soft Cell editavam o seu derradeiro álbum (haveria mais discos, mas apenas após reunião largos anos depois), Marc Almond estreava uma carreira a solo passando a assinar em nome próprio, acompanhado nessa etapa pelos The Willing Sinners. Na companhia de Annie Hogan (que havia militado nos Mambas), Almond projecta nesta estreia um patamar de reinvenção de ideias. Vermin in Ermine é claro herdeiro das experiências do projecto Marc and The Mambas, traduzindo uma abertura de horizontes a caminhos vários. Há de novo um desejo em não fechar de todo a porta às vivências pop herdadas via Soft Cell (que se materializam, embora sem a carga electrónica de outrora, em canções como The Boy Who Came Back, You Have ou Hell Was A City) e ensaia aproximações ao modelo da torch song (em Tenderness Is A Weakness) que com o tempo ganharia lugar de destaque na sua obra a solo. A presente reedição junta ao alinhamento original do disco os temas que na época surgiram nos lados B dos três singles extraídos do seu alinhamento. Um disco para reconhecer o segundo ponto de partida para uma obra notável, de vincada personalidade, mas nem sempre referida com o merecido reconhecimento.