RICHARD SERRA
Television Delivers People, 1973
[video em baixo]
Que pensam os candidatos presidenciais da televisão que se faz em Portugal? Não sabemos, porque nada nos dizem sobre o assunto. Infelizmente, não se espera que venham a modificar o seu silêncio — este texto integra uma crónica publicada no Diário de Notícias (7 de Janeiro).
O ano de 2010 renovou uma certeza: globalmente, a classe política portuguesa não quer discutir a televisão. Não se trata de apelar à “condenação” da televisão (está por analisar a paranóia que leva gente inequivocamente inteligente a proclamar que a vontade de pensar a televisão é um estratagema dos “críticos” para difamar os seus decisores e protagonistas...). Trata-se, isso sim, de perguntar quais os efeitos sociais e simbólicos da televisão que se faz. Por exemplo: os debates sobre as presidenciais. Porque é que quase todos fingem que a repetição dos mesmos debates, com os mesmos tiques e a mesma procura de tensão traz algo de novo para a convivência de eleitores e políticos?
Um dia, algum candidato presidencial arriscará para além dos clichés com que o confrontam. E dirá: “É tempo de perguntarmos que televisão precisamos para o país que queremos.” Apenas isso.
Um dia, algum candidato presidencial arriscará para além dos clichés com que o confrontam. E dirá: “É tempo de perguntarmos que televisão precisamos para o país que queremos.” Apenas isso.