Foi notável a presença do maestro finlandês Esa-Pekka Salonen no palco do Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, dirigindo a orquestra e o coro da casa numa interpretação da ópera Da Casa dos Mortos, do checo Leos Janácek (1854-1928). É certo que a o enquadramento visual, com extractos de filmes projectados num ecrã tripartido, deixou uma sensação bizarra de inadequação mais ou menos supérflua. Em todo o caso, prevaleceu a crueza dramática de uma obra que, partindo de Dostoiveski, encena os limites e fantasmas da própria condição humana. Além do mais, Salonen contou com um magnífico grupo de vozes, com destaque para Pavlo Hunka (barítono).
>>> Hoje, 13 Janeiro/21h00, Esa-Pekka Salonen estará no Coliseu de Lisboa para dirigir a Philarmonia Orchestra e o Coro Gulbenkian — no programa surgem duas peças de Béla Bartók, O Mandarim Maravilhoso e Cantata Profana, e ainda A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky.