As aventuras de Adèle Blanc-Sec estão de regresso aos escaparates das livrarias. Este texto foi originalmente publicado no DN Gente.
É entre ingredientes de aventura, com elementos do fantástico e de trama policial, que vi-vem as histórias de Adèle Blanc-Sec, figura criada nos anos 70 por Tardi, que rapidamente se transformou em mais uma referência da BD franco-belga. Paris, Novembro de 1911. É esse o ponto de partida para as duas histórias que encontramos no álbum duplo recentemente editado entre nós pela ASA, sob o título comum Adèle Blanc-Sec - Volume 1. Em concreto, nestas 96 páginas, encontramos, primeiro, Adèle e o Monstro, na qual um pterodáctilo que é "acordado" de um ovo fóssil no Jardim des Plantes se revela ponta solta de uma complexa rede de conflitos e interesses. Logo depois, e também de 1976, O Demónio da Torre Eiffel coloca em cena uma diabólica seita que venera o deus babilónio Pazuzu e esconde uma ameaça maior para a vida de toda a cidade. Adèle, a protagonista, é uma mulher vistosa, invariavelmente bem vestida, de olho clínico apurado e ousadia quanto baste. Em seu redor orbitam inspectores, algumas figuras sinistras e grandes sábios, o fundo real que acolhe a evolução das histórias (recriando a arquitectura, os interiores e as roupas da época), acabando cruzado com incursões de personagens ou situações do mundo do fantástico. O universo de Adèle Blanc-Sec regressa às livrarias portuguesas no mesmo ano em que Luc Besson realizou uma adaptação ao cinema das aventuras da heroína criada por Tardi. O filme, com o título Les Aventures Extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec, ainda não tem data de estreia local.