São imagens e palavras que todos vemos, mas que descartamos como neutras ou indiferentes — em boa verdade, é como se não as víssemos.
Nas caixas de e-mail, o amor passou a ser um teste disponível... Não que avaliar o amor seja uma actividade estranha aos humanos: de Shakespeare a Godard, a tragédia pode mesmo definir-se como o espaço de coexistência do amor dos homens e das exigências dos deuses, sempre com um saldo difícil (trágico, hélas!). Mas o que aqui se encena é de outra dimensão: pede-se (exige-se?) ao consumidor que ceda a sua intimidade a mecanismos de avaliação pueris e frívolos, dados como fiáveis, porventura científicos. Não poucas vezes, fazemos click — é essa a nova tragédia.