sábado, dezembro 11, 2010

Redescobrindo as origens de Manoel de Oliveira


Aleluia! A ficção portuguesa também tem memórias!
A reposição de Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira, é um pequeno grande acontecimento, permitindo-nos revisitar um clássico que cultiva a fábula partir de um gosto paradoxal pelo realismo estrito do quotidiano. Aliás, o facto de Douro, Faina Fluvial (1931) servir de complemento a Aniki-Bóbó [pequeno extracto em video] permite-nos compreender também que as origens de Oliveira envolvem, desde logo, um jogo ambíguo, potencialmente perverso, entre ficção e documentário. Ponto não secundário: este relançamento (e a edição paralela em DVD) acontece a partir de cópias exemplarmente restauradas, relembrando-nos que é bom preservar e cultivar o nosso património audiovisual.