domingo, novembro 07, 2010
Para (re)descobrir Carl Orff
Iniciamos hoje um espaço novo no Sound + Vision no qual, através de discos, faremos percursos através da obra de vários compositores. Não se trata de uma biografia em episódios, nem uma discografia… Mas antes um ciclo que, através de títulos editados, permite traçar um retrato da música e de quem a cria. O primeiro nome em cena é o do alemão Carl Orff (1895-1982), de quem frequentemente poucas vezes se fala além da cantata Carmina Burana (condição redutora para uma obra que, como a sua, afirmou marcas de tão profunda identidade).
Ciclo Carl Orff – 1
‘Der Mond’ (1939)
Philarmonia Orchestra & Chorus / Wolfgang Swallish
Christ, Hotter
EMI Classics, 2010
Foi a primeira obra de teatro musical de Carl Orff, integrando as linguagens do teatro num espaço musical que reflecte a linguagem rítmica e a orquestrção intensa e colorida que havia entretanto revelado em Carmina Burana, elaborando uma sucessão de quadros que cruzam canções e diálogos. Na verdade o termo “ópera” pode não ser o mais correcto para a descrição de Der Mond, que na verdade integra elementos do singspiel ou ecos assimilados de uma ideia de canção de raiz popular. O próprio compositor não a descrevia como uma ópera, mas sim como ein kleines welttheater (um pequeno teatro do mundo). Composta entre 1936 e 1938 e estreada em 1939, Der Mond é uma peça em um único acto baseada num conto dos irmãos Grimm. O compositor usou parte do texto original, acrescentando partes suas, mantendo todavia firme a intenção narrativa da história. Der Mond surge habitualmente num díptico, em par com Die Kluge, não apenas em palco como inclusivamente em disco (como sucede nesta reedição).
A recente reedição pela EMI Classics recupera uma gravação de 1957 efectuada nos estúdios Abbey Road, em Londres, com som remasterizado. O disco é um CD duplo, juntando Die Kluge no outro CD.
Mais informação, imagens e som sobre Der Mond aqui.