quarta-feira, novembro 24, 2010

Novas edições:
James Blake, CMYK


James Blake
“CMYK”

R&S
4 / 5

A ser preciso apontar um nome como “a” revelação do ano, o de James Blake surge como um dos mais sérios candidatos a chamar a si o lugar. Londrino com educação clássica, tem seguido caminhos que partem de um conhecimento do geometrismo dotado de um desejo de liberdade que se escuta por algumas formas recentes em voga nos espaços da chamada música de dança (mesmo que muitas vezes não sirva para dançar), juntando o interesse pela reflexão sobre texturas e mesmo o silêncio. Mais antigo que o recente (e fabuloso) Klavierweke, CMYK surgiu em cena no final da Primavera deste ano (mas mais vale falar tarde deste EP que deixá-lo para já distante e magra referência, em meia frase, quando, em inícios de 2011, se apresentar o muito aguardado álbum de estreia do músico). CMYK é parte de uma história que estamos a vemos a ser escrita à nossa frente. Diferente de Klavierwerke, CMYK está mais próximo das genéticas que James Blake assimilou junto de escolas r&b e mesmo do jazz, reinterpretando-as numa matriz de micro-acontecimentos entre samples e notas lançadas sobre teclas. São esboços de canções, que semearam ideias quem juntamente com as entretanto ensaiadas no EP que a este se seguiu, permitiram a James Blake encontrar um caminho do qual a espantosa versão de Limit To Your Love (primeiro single do álbum a editar em 2011) é um promissor exemplo.