Darkness on the Edge of Town (1978), título decisivo na discografia de Bruce Springsteen, regressou às lojas numa fabulosa edição, revista e (muito) ampliada — esta é a primeira parte de um conjunto de textos publicados no Diário de Notícias (20 de Novembro).
Gravado nos Record Plant Studios de Nova Iorque (entre Outubro de 1977 e Março de 1978), Darkness on the Edge of Town contém algumas das canções indissociáveis da mitologia de Bruce Springsteen e da sua condição de derradeiro “romântico” da história do rock. São temas habitados por referências emblemáticas como o apelo da terra (Badlands), o culto do automóvel (Racing in the Street) ou a dependência do trabalho (Factory). No título que dá o título ao álbum, Bruce canta essa condição dramática que consiste em viver numa linha “em que os sonhos se encontram e perdem”.
Darkness on the Edge of Town surge como a unidade de base para esta espantosa edição que oferece nada mais nada menos que seis discos: três de música e três contendo imagens filmadas. No capítulo especificamente musical, além do original remasterizado, podemos descobrir uma espécie de versão “longa”: chama-se The Promise [capa] e reúne 21 registos inéditos das sessões originais de gravação; entre eles estão Racing in the Street, Ouside Looking In e o incontornável Because the Night, escrito para Patti Smith (incluído no álbum Easter, de 1978). Os dois CDs de The Promise existem também em edição autónoma.
Os DVDs incluem um “making of” de Darkness on the Edge of Town, dirigido por Thom Zimny, e ainda dois concertos: um deles, registado em Houston em 1978, é uma preciosidade inédita; o outro tem data de 2009 e funciona como um “revival” do álbum, voltando a reunir Bruce com a E Street Band. Ao todo: quase seis horas de materiais filmados.