A ópera de câmara de Philip Glass, Orphée, a primeira de uma trilogia que teve obras de Jean Cocteau como fonte de inspiração, acaba de ter edição em formato de duplo CD (Orange Mountain Music) que resulta de uma gravação ao vivo em Novembro de 2009 na Portland Opera, com a Portland Opera Orchestra e vozes como as de Philip Cutlip, Lisa Saffer ou Ryan McPhearson, sob direcção de Anne Manson. Entre o elenco destacam-se Philip Cutlip (Orfeu), Lisa Saffer (Princesa) e Georgia Jarman (Euridice).
A trilogia Cocteau ganhou forma em meados da década de 90, com as óperas ora partindo directamente da adaptação directa de filmes de Jean Cocteau – como foram os casos de Orphée (estreada em 1993) e La Belle et La Bête (de 1994), esta última pensando a ópera a partir do guião do próprio filme, os cantores seguindo exactamente os diálogos e cantando em sincronia com a projecção numa tela sobre o palco – ora de um romance seu depois levado ao cinema por Jean-Pierre Melville (neste caso Les Enfants Terribles, de 1996). Orphée é um fruto de um período de intenso trabalho para o compositor. A música revela um ainda mais evidente afastamento face a uma visão muito pessoal nascida do minimalismo de meados de 60 que o compositor explorara na primeira etapa da sua carreira e que, através de Einstein On The Beach, havia assinalado em meados dos setentas um importante episódio na história da ópera contemporânea. Mais ainda que em Satyagraha e Akhnaten, as restantes óperas da trilogia de retratos que lhe deu grande visibilidade entre finais de 70 e meados de 80, em Cocteau o compositor abraça um lirismo que proporciona a abertura de novos horizontes na sua música que explorou ainda mais profundamente (e talvez porque a narrativa o solicitasse mais) na ainda mais interessante La Belle et La Bête que, na arrumação cronológica do seu trabalho para voz e orquestra sucede a este Orphée.
A trilogia Cocteau ganhou forma em meados da década de 90, com as óperas ora partindo directamente da adaptação directa de filmes de Jean Cocteau – como foram os casos de Orphée (estreada em 1993) e La Belle et La Bête (de 1994), esta última pensando a ópera a partir do guião do próprio filme, os cantores seguindo exactamente os diálogos e cantando em sincronia com a projecção numa tela sobre o palco – ora de um romance seu depois levado ao cinema por Jean-Pierre Melville (neste caso Les Enfants Terribles, de 1996). Orphée é um fruto de um período de intenso trabalho para o compositor. A música revela um ainda mais evidente afastamento face a uma visão muito pessoal nascida do minimalismo de meados de 60 que o compositor explorara na primeira etapa da sua carreira e que, através de Einstein On The Beach, havia assinalado em meados dos setentas um importante episódio na história da ópera contemporânea. Mais ainda que em Satyagraha e Akhnaten, as restantes óperas da trilogia de retratos que lhe deu grande visibilidade entre finais de 70 e meados de 80, em Cocteau o compositor abraça um lirismo que proporciona a abertura de novos horizontes na sua música que explorou ainda mais profundamente (e talvez porque a narrativa o solicitasse mais) na ainda mais interessante La Belle et La Bête que, na arrumação cronológica do seu trabalho para voz e orquestra sucede a este Orphée.