terça-feira, outubro 05, 2010

Novas edições:
Mark Ronson & The Business Intl,
Record Collector


Mark Ronson & The Business Intl
“Record Collector”

Columbia / Sony Music
4 / 5

Passou quase a leste das atenções quando, em 2003, lançou Here Comes The Fuzz. Quatro anos depois, com créditos entretanto firmados no departamento da produção, e com um elenco onde se destacavam figuras como as de Amy Winehouse, Lily Allen ou Santigold, Mark Ronson fez de Version (como o título indicava, um disco de versões) o seu primeiro episódio de aclamação em nome próprio. Agora, apresentando-se sob a designação Mark Ronson & The Business Intl., tem em Record Collector o disco certo para, não apenas somar ao seu currículo mais um episódio de triunfo, mas também redigir um dos mais incríveis manifestos de vitalidade da canção pop do nosso tempo. Distante dos ecos dos sessentas que em tempos tomou como destino de algumas das suas atenções, Mark Ronson junta em Record Collector uma reconhecida admiração pelas heranças da pop dos oitentas e um interesse evidente pela cultura hip hop, da soma destes dois caminhos nascendo uma absolutamente irresistível colecção de canções (com alguns curtos temas instrumentais pelo caminho). Da lógica que havia comandado a construção de Version manteve a ideia de convocar um elenco de vozes e músicos (que vão de Q-Tip, Spank Rock e D’Angelo a Simon Le Bon, Nick Rhodes e Boy George, passando pela ex-Pipettes Rose Elinor Dougall). De novo surge uma equipa na composição, onde encontramos nomes tão distintos quanto os de Nick Hodgson dos Kaiser Chiefs ou Jonathan Pierce dos The Drums), cabendo a Mark Ronson a condução da produção (partilhando a cadeira apenas com Nick Rhodes em Sound of Plastic, tema extra exclusivo na edição via iTunes). Do perfeito híbrido pop/hip hop que é Bang Bang Bang ao dinamismo cinemático de Bike Song, passando pelo tema título que soa aquilo que poderíamos descrever como uma das melhores canções dos Duran Duran dos últimos 20 anos, e com um artwork que cita uma série de imagens evocativas dos oitentas aqui citados (do Rio dos Duran Duran à banda sonora de Beat Street) Record Collection é um belo exemplo de como a pop se reinventa no presente, escutando ecos de memórias, mas sem a necessidade de convocar nostalgias.