'Radio-Activity' (álbum), 1975
O impacte global de Autobahn colocou o seu sucessor na mira das atenções. Editado em 1975 Radio-Activity representa mais um episódio de franca evolução num caminho que o grupo começara a trilhar no ano anterior, encarando uma relação entre as linguagens da música electrónica e as formas da música popular, com a canção a ganhar progressivamente espaço de visibilidade. O tema-título do álbum - que na verdade tem um possível duplo sentido na sua leitura, ora referindo-se à actividade da rádio (o artwork explora inclusivamente olhares sobre um aparelho de rádio dos anos 30) e a radioactividade, tema na ordem do dia em plena guerra fria – e Antenna são dois exemplos de canções pop que, numa linguagem muito particular, traçavam pontos de partida para uma relação deste espaço com as electrónicas que ali identifica assim raízes de muita da música que se faz hoje em dia. Radio-Activity reflecte ainda uma série de acontecimentos recentes na vida do grupo. Não só é o primeiro disco a apresentar a formação clássica (ou seja: Hutter, Schneider, Bartos e Flur) como estreou a sua etiqueta própria, a Kling Klang, o que neste caso decorre ainda do então recentemente assinado acordo editorial com a EMI. Musicalmente o som reflecte a entrada em cena de novos instrumentos, nomeadamente um Vako Orchestron e o Moog-micromoog, que assim se juntam ao mini-moog, um sintetizador ARP Odyssey e a um teclado Farfisa. Não obteve o mesmo impacte de Autobahn, mas foi peça fundamental para o trilhar de um caminho que, pouco tempo depois, levaria o grupo a definir novos títulos igualmente marcantes em Trans Europe Express e The Man Machine.