sexta-feira, setembro 17, 2010
Novas edições:
Visage, The Face - The Best of Visage
Visage
“The Face – The Best of Visage”
Polydor
3 / 5
Em finais dos setentas a noite londrina conhecia nas chamadas ‘Bowie Nights’ um dos mais agitados focos de invenção de um futuro que se projectava festivo e garrido, olhando de perto os oitentas que estavam quase a bater à porta. O Blitz, clube no centro da cidade, acolheu durante algum tempo essas noites que aliavam uma selecção musical que cruzava Bowie (claro está) com Kraftwerk, Japan ou Cabaret Voltaire a um sentido visual ditado por visuais elaborados, imaginativos e, no mínimo, invulgares. Nos gira-discos, como DJ, encontrávamos Rusty Egan. À porta, seleccionando quem entrava e quem ficava de fora, Steve Strange. Juntos acabariam pouco depois por ser o núcleo do qual nasceu a banda que seria o paradigma do movimento neo-romântico que nasceu dessas mesmas ‘Bowie Nights’ (e que for berço de nomes como os Duran Duran, Spandau Ballet ou Classix Nouveaux). Apresentaram-se como Visage, juntando músicos dos Magazine e dos Ultravox (entre estes Midge Ure, que então tomava o lugar de John Foxx no grupo). Depois de um discreto single em 1979 deram nas vistas ao fazer de Fade To Grey um dos hinos da nova pop “futurista” de inícios de 80, editando entre 80 e 82 dois álbuns onde retrataram a essência do movimento através de canções pop animadas com temperos de apelo à dança. Após uma cisão (que levou à saída, entre outros, de Midge Ure), um terceiro álbum, em 1984, revelava um grupo já sem rumo evidente. A cada vaga de nostalgia dos oitentas, uma nova antologia dos Visage recorda esta história. The Face aposta na memória mais dançável do grupo, juntando ao alinhamento algumas versões dos máxi-singles da época, mais duas novas remisturas do inevitável Fade To Grey. No fundo não acrescenta nada de absolutamente novo ao que edições anteriores propuseram, ficando ainda por editar uma antologia definitiva que junte os singles, lados B e máxis sob uma capa comum.